domingo, 20 de fevereiro de 2011

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sábado, 28 de março de 2009

Paradoxo da Internet

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segunda-feira, 16 de março de 2009

domingo, 1 de março de 2009

Competências e aprendizgem com o "Magalhães"


(para visionar o video pare o "player" da Rádio)
Aprender com o Magalhães para adquirir Competências

Após a entrega a todos os alunos o portátil "Magalhães ", colocam-se algumas questões:
Como utilizá-lo na sala de aula?
Como possibilitar a sua integração no 1º Ciclo do Ensino Básico?
Como criar um envolvimento com a comunidade educativa: alunos, pais e professores?
Qual a utilização produtiva dos recursos disponíveis?
Como adquirir a informação e a formação de referência no âmbito das TIC?
Quem garante o acompanhamento técnico?
Qual o responsável pela colocação do acesso à Internet sem fios nas escolas básicas de 1º ciclo?

Estas são algumas das questões, que se colocam aos agentes educativos, que querendo dinamizar esta ferramenta tecnológica sentem alguns receios em quebrar com normas até ontem vigentes e actualmente ultrapassadas.

Hoje exige-se da comunidade educativa a valorização de um desenvolvimento activo e significativo de conhecimentos, fomentando a aprendizagem num ambiente colaborativo, construtivo, atractivo e inovador, partindo das novas tecnologias de informação e comunicação, ultrapassar barreiras e potenciando uma interacção com a comunidade.

Mas para que esta mudança de atitude seja uma realidade é necessário que seja disponibilizada formação para professores e alunos com o objectivo de saber como explorar as potencialidades do “Magalhães, quais as funções do software, de que modo se pode adequar este software às actividades na sala de aula e como integrar estas actividades no currículo do 1º ciclo com recurso às TIC.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

COMUNIDADES DE PRÁTICA (COP)

A minha experiência com os modelos virtuais de ensino e aprendizagem é recente. Tenho, no entanto, a possibilidade de compreender as suas características quer do ponto de vista do aluno, quer do ponto de vista do professor. Do ponto de vista do aluno porque também frequento este doutoramento com fóruns e trabalhos por e-learning, do ponto de vista do professor porque sou docente há vários anos. Qualquer que seja a perspectiva, o e-learning é novidade, pelo menos no nosso país, e as novidades agradam-me sempre.

A formação online, segundo Azevedo (2005), representa um desafio pelo uso das novas tecnologias na promoção de novas experiências, novas formas de relação com o outro, novas formas de relação com o conhecimento, tal como, e de novas formas de relação com o processo de ensino e aprendizagem. Esta modalidade de formação, projecta-nos para um novo tempo e um novo espaço, virtuais, combinando recursos síncronos e assíncronos.
Entendendo o processo educacional como Ensino “e” Aprendizagem, enfatiza a aprendizagem colaborativa, em comunidade, possibilitadora de "múltiplas interacções" - “construção de conhecimento colectivo que acontece em todos os ângulos dessa relação” (Azevedo: 2005). Este tipo de formação, distinguir-se-ia não apenas pelo uso das novas tecnologias, que permite, afinal, uma nova forma de interacção com os conteúdos informativos e uma nova forma de interacção entre as pessoas, mas, sobretudo, por uma “mudança de paradigma em relação à maneira como nos vemos como educadores, como vemos os nossos alunos e como vemos a própria educação” (Azevedo: 2005).

A este respeito, afirma também Morgado, citando Johansen & Eide (2000) e Duart&Sangrà (1999) “ Uma tal educação, que integre o computador na sua estrutura de ensino (…) vê o seu sucesso depender não só da inovação no campo tecnológico, mas sobretudo dos factores de natureza pedagógica e organizacional” e delimita o conceito de “ensino on-line”, sublinhando a importância da exploração, neste modelo de formação, de “uma nova abordagem pedagógica”.
As maiores vantagens da formação on-line, assim entendida, são a conjugação de recursos síncronos e assíncronos, a construção do conhecimento de modo autónomo e colaborativo e a variedade de combinação de vários tipos de comunicação, entre as quais uma interacção colectiva, ampla: uma “outra ecologia pedagógica” de que fala Azevedo. É na comunicação que reside a sua maior potencialidade. Disso dá conta também Morgado: “há como que uma redescoberta da aprendizagem enquanto processo mediado socialmente, isto é, enquanto construção que, sendo individual, se desenrola num contexto social de interacção e comunicação”.
Uma das limitações deste tipo de formação on-line resume-se, essencialmente, à resistência à mudança dos seus principais actores: alunos e professores; os primeiros por tenderem a ser demasiado passivos, os segundos por não entenderem as vantagens de uma nova pedagogia assente na mediação.

Uns e outros devem saber qual é o seu papel. É das suas acções que depende, afinal, o sucesso deste tipo de formação. Devem situar-se num novo paradigma educacional: O professor como animador de uma comunidade de aprendizagem; o aluno como “um nó de transmissão numa teia de linhas de comunicação” (Azevedo: 2005).

Um professor online deverá, fundamentalmente, motivar e orientar os alunos na construção individual e colaborativa do seu conhecimento, dando um feedback permanente. Hoje temos um número significativo de professores desenvolvendo projectos e actividades mediados por tecnologias. A apropriação das tecnologias pelas escolas passa por três etapas, até ao momento.
Na primeira, as tecnologias são utilizadas para melhorar o que já se vinha fazendo, como o desempenho, a gestão, para automatizar processos e diminuir custos. Na segunda etapa, a escola insere parcialmente as tecnologias no projecto educacional. Cria uma página na Internet com algumas ferramentas de pesquisa e comunicação, divulga textos e endereços interessantes, desenvolve alguns projectos, há actividades no laboratório de informática, mas mantém inalterável a estrutura de aulas, disciplinas e horários. Na terceira, que começa actualmente, com o amadurecimento da sua implantação e o avanço da integração das tecnologias, as universidades e escolas repensam o seu projecto pedagógico, o seu plano estratégico e introduzem mudanças significativas como a flexibilização parcial do currículo, com actividades a distância articuladas com as presenciais.

Os professores, em geral, ainda utilizam as tecnologias para ilustrar aquilo que já faziam para tornar as aulas mais interessantes. Mas ainda falta o domínio técnico-pedagógico que lhes permitirá, nos próximos anos, modificar e inovar os processos de ensino e aprendizagem.
As redes, principalmente a Internet começam a provocar mudanças profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, perspectiva-se um novo conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporalizado. Podemos aprender desde vários lugares, ao mesmo tempo, online e offline, juntos e separados.

As redes também provocam mudanças profundas na educação a distância (EAD). Antes a EAD era uma actividade solitária e exigia muita auto-disciplina. Agora, com as redes, a EAD continua como uma actividade individual, combinada com a possibilidade de comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem pessoal com a grupal.
A educação presencial incorpora tecnologias, funções, actividades que eram típicas da educação a distância, e a EAD está a descobrir que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interacção.

Quando focamos mais a aprendizagem dos alunos do que o ensino, a publicação da produção deles torna-se fundamental. Recursos como o portfólio, onde os alunos organizam o que produzem e o disponibilizam para consultas, são cada vez mais utilizados. Os blogs, fotologs e videologs são recursos muito interactivos de publicação com possibilidade de fácil actualização e participação de terceiros.

Os blogs, flogs (fotologs ou videologs) são utilizados mais pelos alunos do que pelos professores, mas actualmente há um uso crescente dos blogs por professores dos vários níveis de ensino, incluindo o universitário. Os blogs permitem a actualização constante da informação pelo professor e pelos alunos, favorecem a construção de projectos e pesquisas individuais e em grupo, a divulgação de trabalhos. Com a crescente utilização de imagens, sons e vídeos, os flogs têm tudo para explodir na educação e integrarem-se com outras ferramentas tecnológicas de gestão pedagógica.

A possibilidade dos alunos se expressarem, tornarem as suas ideias e pesquisas visíveis, confere uma dimensão mais significativa aos trabalhos e pesquisas académicas. A Internet possui hoje inúmeros recursos que combinam a publicação e interacção, através de listas, fóruns, chats, blogs. Existem portais de publicação mediados, onde há algum tipo de controle e existem outros abertos, baseados na colaboração de voluntários. O site www.wikipedia.org/ traz um dos esforços mais notáveis no mundo inteiro de divulgação do conhecimento. Milhares de pessoas contribuem para a elaboração de enciclopédias sobre todos os temas, em várias línguas. Qualquer pessoa pode publicar e editar o que outras pessoas colocaram. Só em português foram divulgados mais de 30 mil artigos na wikipedia. Com todos os problemas envolvidos, a ideia de que o conhecimento pode ser co-produzido e divulgado é revolucionária e nunca tinha sido tentada da mesma forma e em grande escala.

A escola com as redes electrónicas abre-se para o mundo, o aluno e o professor expõem-se, divulgam os seus projectos e pesquisas, são avaliados por terceiros, positiva e negativamente. A escola contribui para divulgar as melhores práticas, ajudando outras escolas a encontrar os seus caminhos. A divulgação hoje faz com que o conhecimento compartilhado acelere as mudanças necessárias, agilize as trocas entre alunos, professores, instituições. A escola sai do seu espaço e torna-se uma instituição onde a comunidade pode aprender continuamente. Criam-se servidores de informação. Alunos, professores, a escola e a comunidade beneficiam destes repositórios. Actualmente, a maior parte das teses e dos artigos apresentados em congressos estão publicados na Internet.
Mas nem toda a informação disponível é garantia de qualidade, mas amplia as condições de aprender, de acesso, de intercâmbio, de actualização e de selecção.. A Internet veio colmatar a infoexclusão em que só alguns privilegiados podiam viajar para o exterior e pesquisar nas grandes bibliotecas especializadas das melhores universidades. Hoje podemos fazer praticamente o mesmo sem sair de casa.

Os professores podem ajudar o aluno incentivando-o a questionar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstractas; dos vídeos e narrativas concretas para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver na construção do pensamento, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.
Uma das formas mais interessantes de desenvolver a pesquisa em grupo na Internet é o webquest. Trata-se de uma actividade de aprendizagem que aproveita a imensa riqueza de informações que, dia a dia, cresce na Internet. Resolver uma webquest é um processo de aprendizagem atraente, porque envolve pesquisa, leitura, interacção, colaboração e criação de um novo produto a partir do material e ideias obtidas. A webquest propicia a socialização da informação: disponível na Internet, pode ser utilizada, compartilhada e até reelaborada por alunos e professores de diferentes partes do mundo. O problema da pesquisa não está na Internet, mas na maior importância que a escola dá ao conteúdo programático do que à pesquisa como eixo fundamental da aprendizagem.
O processo de mudança será mais lento do que todos os que estamos envolvidos em comunidades de prática gostaríamos. Iremos mudando aos poucos, tanto no presencial como na educação a distância. Há uma grande desigualdade económica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão prontos para a mudança, outros não. É difícil mudar padrões adquiridos (comportamentais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade.
Ensinar com as novas tecnologias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário conseguiremos dar uma imagem de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas actuais de ensinar e de aprender.

Referências Bibliográficas:
Azevedo, c. (2005) Tecnologia Educativa em Rede TE@R

Moran, J.(2004) A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Editora Papirus, (p.89-111)

Morgado, L.(2003) Contributos para uma Pedagogia do Ensino Online Pós-Graduado: Proposta de um Modelo", Revista Discursos Série Perspectivas em Educação, nº1, pp.39-52, Lisboa: Universidade Aberta (em colaboração).

Morgado, L. (2005) Novos Papéis para o Professor /Tutor na Pedagogia Online", in Vidigal, R. & Vidigal, A. Educação, Aprendizagem e Tecnologia, Lisboa: Edições Sílabo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O PROFESSOR EM 2018 - Pura ficção?

A primeira aula é presencial: o professor faz a sua apresentação e o mesmo é feito por cada aluno, com detalhes, dos hobbys, das actividades, das perspectivas.
O professor mostra para os alunos a importância do curso, a forma de trabalhar a distância, mas ligados audiovisualmente. Apresenta o plano do curso, explica as actividades principais, organiza actividades de pesquisa. Abre a discussão para dúvidas e sugestões. Os alunos fazem algumas simulações do ambiente virtual, para nivelar o conhecimento tecnológico de todos, para facilitar o uso das ferramentas a distância que acontecerão daquele momento em diante.
Uma câmara grava o que acontece na sala de aula e fica automaticamente disponibilizada, para quem queira aceder depois, ou para quem não pode comparecer, ou ficar até o final.

A primeira actividade a distância é cada aluno gravar um pequeno vídeo de apresentação e coloca-lo em rede, no perfil do aluno. Assim cada colega pode ver quem fez um comentário interessante ou estranho.
Os alunos têm a planificação do curso na Internet por escrito, com um pequeno vídeo explicativo do professor sobre as primeiras actividades da semana. Nessa primeira semana, além do preenchimento do perfil, cada aluno faz um levantamento dos vídeos, reportagens, textos sobre o primeiro tema do curso: experiências inovadoras no ensino superior. Assistem aos vídeos, comentam os pontos interessantes de cada um e escolhem um para comentar e mostrá-lo para a turma Gravam uma introdução ao vídeo seleccionado e escrevem um texto destacando os pontos inovadores da experiência que o vídeo mostra. Disponibilizam a actividade na Internet reservado para a actividade 1 e guardam uma cópia no portfólio ou na biblioteca pessoal de cada um.

A primeira actividade é a leitura de um texto sobre “As mudanças que a Internet trouxe para o ensino superior nos últimos quinze anos”. O texto tem uma introdução em vídeo gravada pelo professor e umas actividades no final com comentários explicativos gravados também pelo professor. O texto e os dois trechos de vídeo estão disponibilizados no tópico 1 do módulo 1 dos materiais do curso na página WEB do ambiente virtual interactivo de aprendizagem. O texto remete para uma pergunta colocada pelo professor no fórum e que os alunos irão respondendo no prazo máximo de quatro dias.

Além do texto, a agenda do curso prevê também uma actividade de pesquisa em listas de discussão de educação superior, sobre novas questões que as tecnologias trazem para o ensino superior. Os alunos inscrevem-se numa lista, comentam como o tema esta a ser discutido a partir das mensagens gravadas na forma de texto e de áudio e elaboram um relato sobre as principais questões. Esse relato fica disponível no portfólio ou biblioteca virtual de cada aluno no formato texto e áudio para acesso pelo professor e pelos colegas do curso.

O professor marca um video-chat de atendimento de uma hora em dois horários diferentes da semana, para que todos possam ter oportunidade de participar e para evitar a aglomeração de alunos no mesmo momento. Os alunos conectam-se de onde estão pela Internet, pelo telemóvel, pela tela da televisão e vêem o professor, ele também vê os alunos. Alguns enviam as perguntas por escrito; outros fazem-no ao vivo. O professor tem uns comandos que lhe permite escolher a mensagem que quer priorizar. Se um aluno demora na pergunta, envia-lhe um sinal. Se demora demais, pode interrompê-lo. Professores e alunos podem estar conectados nas suas casas, no trabalho ou viajando a partir de conexão sem fio (wireless). Orienta também os grupos de pesquisa. Termina o video-chat. Desfaz-se a conexão. O professor, se quiser, coloca o vídeo como arquivo para consulta, para que os participantes acedam depois com mais calma. Pode pedir a um assistente ou monitor que edite o material, retire mais a parte social da conversa e deixe só o que interessa a todos do ponto de vista pedagógico.

O professor entra agora num curso de pós-graduação e acompanha as actividades que os alunos enviaram no programador de tarefas. Corrige algumas e deixa outras para mais tarde, porque agora tem que preparar-se para uma tele-aula em rede nacional, que vai atingir milhares de alunos simultaneamente. Revê o roteiro preparado por ele e pela equipe pedagógica e de produção. Vai para o estúdio de TV, testa os equipamentos, o microfone, as transparências electrónicas, as vinhetas, os vídeos. Os alunos aguardam-no em tele-salas com cinquenta alunos em média, com telão, projector multimédia, uma câmara local que regista o que acontece e é vista pelo professor remotamente. Em cada tele-sala há um tutor, um auxiliar que já recebeu antes o roteiro da aula, as instruções sobre as actividades que os alunos realizam agora durante a preparação para a aula, as que acontecerão em determinados momentos ao longo da aula e as que serão realizadas posteriormente para aprofundar conceitos, fazer pesquisas mais organizadas, chegar a conclusões. Quem não pode ir a uma tele-sala, acede à aula de onde se encontrar.

O professor observa os alunos fazendo as actividades iniciais localmente, através dos monitores (vídeos) remotos. Tem alguns auxiliares, numa sala ao lado do estúdio, separada por vidro a prova de som e vai até lá. Os professores assistentes dão orientações aos tutores, tiram as primeiras dúvidas, encaminham algumas questões para o professor principal. Este escolhe algumas e vai para o estúdio iniciar a tele-aula ao vivo. Alguns alunos não conseguiram naquele momento ir até a tele-sala e ligam-se através de uma antena directa com a tele-sala ou por um canal via Internet de onde estão. O professor começa a aula comentando algumas questões que recebeu de algumas tele-salas, dirige-se a todos com familiaridade, brinca com algumas cidades, alguns tutores de sala mais conhecidos. Faz a passagem para o tema de hoje. Após uma introdução, passa um trecho de um filme que tem a ver com o tema. Comenta as cenas. Explica alguns conceitos, com apoio de PowerPoint animado. Faz uma pergunta com várias alternativas, para que os alunos escolham a correcta. O professor recebe no seu vídeo a percentagem de acertos e erros instantaneamente. Se percebe que o conceito não ficou claro o suficiente, esclarece melhor o ponto anterior. Se a compreensão foi boa, segue adiante. Pede que os alunos realizem uma actividade de aplicação daquele conceito à realidade deles. Os alunos têm quinze minutos para elaborar a sua resposta e enviam-na para a sua área respectiva da Internet.
O professor e os seus assistentes acompanham o andamento da discussão, conversam com os tutores locais sobre a actividade, escolhem algumas respostas para comentá-las no trecho a seguir. Pede, a continuação, que o tele-posto de Lamego no Douro, explique a sua resposta e confronta-a com a de Olhão, no Algarve. Explica as coincidências e divergências e os porquês, e continua com a segunda parte da aula, com uma explicação e um estudo de caso, que será debatido localmente, depois de um intervalo para um descanso de 15 minutos.

Os assistentes neste meio tempo vão recebendo comentários, sugestões, perguntas de cada tele-sala. Respondem algumas, encaminham outras para o professor principal. Há muitas mensagens com elogios ao interesse que a aula está despertando em várias cidades. Alguns pedem que haja mais tempo para os debates, porque está muito interessante. Os alunos têm um controle remoto, com uma série de funções. Depois do descanso, os alunos trabalham o caso em pequenos grupos por 30 minutos, analisam e comparam a sua realidade. O professor acompanha o que acontece nas tele-salas, conversa com alguma em particular, se vê que precisa de maior atenção; os assistentes fazem o mesmo com outras.

Retoma a aula, com o relato de três ou quatro tele-postos diferentes dos anteriores. Comenta, avança no tema e faz uma rápida avaliação de compreensão de conceitos no fim, ao vivo. Pelas respostas constata se deve retomar o tema ou pode avançar para o tema seguinte na próxima aula ao vivo, na semana seguinte. Enquanto isso alguns textos serão lidos pelos alunos individualmente e realizados alguns exercícios. Se os alunos tiverem dúvidas poderão recorrer ao seu tutor-local ou ao seu orientador electrónico, sempre o mesmo ao longo do curso.

Na semana seguinte, tem uma aula virtual. Os alunos conectam-se numa sala virtual disponível, previamente agendada e comunicada para toda a turma, sem ter que ir fisicamente à universidade. Os alunos mais carentes ou os que acharem mais conveniente vão a um dos laboratórios da universidade e conectam-se lá. O professor retoma os comentários do fórum, os materiais dos portfólios dos alunos e comenta-os. Abre o debate aos alunos, no vídeo-chat. Abre o whiteboard ou quadro branco electrónico e apresenta alguns tópicos na forma de PowerPoint, enquanto fala. De vez em quando um aluno pede permissão para fazer algum comentário, o que acontece, quando o professor consente. A aula não é longa, para não ser cansativa. Ele enfatiza a importância da pesquisa sobre experiências de universidades com aulas presenciais e a distância e marcam o retorno para a aula presencial, no campus, para a semana seguinte, onde avaliarão todo o processo das quatro semanas virtuais, apresentarão as últimas actividades de forma resumida e farão junto com o professor uma síntese do tema tratado no primeiro módulo.
A última meia hora da aula presencial é para explicar o que vai acontecer na próxima etapa virtual (mais um mês) na passagem para o segundo módulo. A aula é gravada e disponibilizada com vídeo e áudio na página do curso para registo ou acesso de algum aluno que tenha perdido a aula presencial e assim o ciclo continua entre o presencial, o virtual e o presencial de novo até a avaliação final.

O curso de pós-graduação é com trinta alunos de várias cidades de Portugal. É sobre “A aprendizagem colaborativa na educação on-line”. O professor fez uma proposta de curso bem aberta. Ele tem alguns materiais e ideias, que quer compartilhar com os alunos e depois de ouvi-los ir construindo o curso, sem uma agenda previamente determinada. O curso é totalmente a distância, pela dificuldade em trazer os alunos para um mesmo campus, mas utilizarão todos os recursos de comunicação disponíveis pela universidade. O primeiro encontro é uma sala virtual, uma aula onde todos podem ser ver a distância. O professor faz uma rápida apresentação de si mesmo, em seguida os alunos. A aula é gravada por uma câmara para posterior registo. A seguir o professor faz a proposta de um curso plenamente colaborativo. Ele elenca alguns tópicos que lhe parecem fundamentais para a questão da aprendizagem colaborativa. Os alunos vão fazendo suas sugestões e escolhas e escolhem o primeiro tópico para pesquisa: “O que é aprendizagem colaborativa e que autores trabalham melhor esse tema”.
Os alunos organizam-se em pequenos grupos para a pesquisa de textos, autores, experiências sobre aprendizagem colaborativa. Irão colocando os resultados ao longo de uma semana. Todos lerão as colaborações de todos os demais e participarão de um fórum sobre o tema ao longo da semana.

Sete dias depois encontram-se virtualmente e comentam as principais contribuições, que pontos estão claros e o que vale a pena aprofundar. Decidem que o grupo 1, formado por três alunos, aprofundará e coordenará as discussões desta nova semana, centrada entre a colaboração e a cooperação na visão de vários autores. Cada grupo assume a coordenação por uma semana e todos vão decidindo que actividades utilizar semana a semana e que recursos serão on-line e off-line. Cada aluno desenvolverá um projecto colaborativo com uma classe específica e que o acompanhará e avaliará para ser apresentado como trabalho final do curso, com todos os recursos telemáticos e audiovisuais a distância.

O professor, às vezes, sente saudades do presencial. É tão bom encontrar-se, tomar um café juntos. Quase não há mais tempo para fazê-lo. A vida está cada vez mais corrida, as actividades multiplicam-se, os encontros são na maioria virtuais. Por isso os encontros ao vivo tornam-se tão importantes. Os professores falam de como antes todos os alunos tinham que ir a uma mesma sala durante quatro anos, de segunda a sexta feira. Os mais jovens não acreditam. Pensam que isso é do tempo das cavernas! Da pré-história!

O professor faz cursos de actualização. Já está na fase do “pós-doc” – pós-doutoramento. Fá-lo a distância, em Barcelona, e como contrapartida, é convidado por alguns professores da Universidade Autónoma para falar sobre experiências significativas na educação portuguesa, sem sair de Portugal.

Enquanto isso, muitos professores (tradicional), também daqui a dez anos, continuam repetindo seus cursos, sua metodologia, não se actualizam. Repetem. Copiam aulas da Internet e repetem-nas para os alunos. Reproduzem as mesmas actividades, os mesmos assuntos, a mesma forma de avaliar. Dão aulas do mesmo jeito, utilizando o mínimo de tecnologias.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mapa de Conceitos



Este mapa foi construído na aula da disciplina de Integração Curricular das TIC. Esta súmula foi realizada pelo grupo constituído por (Emília Baliza, Guida Dias, Luís Roque, Olga Carminé e Teresa Figueiredo). Foi um trabalho reflexivo onde se analisaram as influências, as dependências e as inferências em cada passo da cadeia de interferências.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Currículo numa óptica tradicional

À medida que as economias transitam de lógicas industriais para lógicas do saber, as necessidades passam a centrar-se na obtenção de "construtores do saber". Por outro lado, já não é necessário isolar as crianças da sociedade. Pelo contrário: pretende-se que a construção do seu saber possa ser uma actividade social plenamente integrada.
Por outro lado, a aprendizagem adquirida nas escolas representa uma parcela cada vez menor da aprendizagem que se adquire no dia-a-dia. Há já muitos anos que alguns pais colocam os seus filhos, fora das horas de escolaridade obrigatória, em estabelecimentos paralelos às escolas oficiais, onde garantem (e, em muitos casos, certificam) a sua competência em línguas, música, dança, electrónica, informática, ou desportos. No entanto, a eclosão das tecnologias multimédia, suportadas por poderosas indústrias culturais, e as potencialidades de interacção através de redes de dados, prefiguram um cenário explosivo de oportunidades de auto-educação e de educação à distância, não só na idade escolar, mas ao longo de toda a vida.
Neste contexto, cada vez mais jovens e adultos exigem variedade de canais de aprendizagem, num sistema de elevada escolha. Exigem também maior actividade e interactividade, mobilidade, convertibilidade, conectividade e globalização. As escolas tradicionais estão mal equipadas para fazer face a este desafio. A mudança, da massificação das escolas para a individualização da escolha livre, nomeadamente através das redes de dados, tenderá a retirar parte da importância às escolas e a colocá-la na casa de cada um.
Este cenário poderia fazer crer que partilho o cepticismo de alguns autores radicais quanto ao futuro das escolas. Passa-se o contrário: penso que a escola nunca foi tão necessária! De facto, penso que a variedade explosiva da escolha e a agressividade crescente da oferta estão a mergulhar os cidadãos em geral, e as crianças e jovens em particular, na mais profunda das dissonâncias e ansiedades. Por outro lado, a frieza das altas tecnologias impõe uma contrapartida indispensável de calor humano: quanto mais tecnológica é uma sociedade, mais necessita de compensações ao nível dos valores humanos e da afectividade. É aqui que se situa, a meu ver, a função chave de um escola reinventada: dar estrutura a um mundo de diversidade, fornecer os contextos e saberes de base para uma autonomia de sucesso nesse mundo, e fornecer as respostas humanas compensatórias de que a escola dos nossos dias se está a distanciar tão perigosamente.

A minha visão de curriculo

Nos últimos 30 anos, tem havido profundas alterações nos currículos de quase todos os países do mundo. A expansão dos regimes democráticos, a grande mobilidade de pessoas, de mercadorias e as novas tecnologias de informação e comunicação transformaram as sociedades modernas, tornando-se mais multiculturais, mais competitivas e mais exigentes, mas tornaram-se também mais instáveis, mais inseguras e mais imprevisíveis.

As políticas governamentais sentem necessidade de imprimir um ritmo reformista sobre as políticas educativas com necessidade de introduzir alterações curriculares, pautadas pela diversificação e flexibilização de percursos educativos e formativos, pelo alargamento da escolaridade obrigatória e pela formação ao longo da vida.

Perspectiva-se a necessidade de garantir que os sistemas educativos preparem jovens capazes de lidar com situações complexas e resolver problemas em diversos contextos sejam eles nacionais ou internacionais, em grupos cada vez mais multiculturais, comuniquem fluentemente na língua materna e numa língua estrangeira, saibam utilizar as novas tecnologias da informação seleccionando informação, aceitando as diferenças, sendo cidadãos críticos e participativos na vida democrática das sociedades.

Deste enquadramento surgem os currículos mais flexíveis onde a memorização de conhecimentos é ultrapassada pela diversidade e profundidade de conhecimentos para a execução de tarefas complexificadas emergindo a peocupação explícita com a integração, a relação exponencial entre conhecimentos e aprendizagens desenvolvidos em contextos de real significado para os alunos.

Em substituição do Currículo da Eficiência Social que fez uso dos princípios da gestão científica aplicado às escolas, por uma Visão Reformada do Currículo inspiradas nas teorias construtivistas, socioculturais e cognitivistas das aprendizagens, postulados em currículos diversificados destinados a grupos diferenciados de alunos em conteúdos de natureza mais utilitária, menos académica consubstanciado nos seguintes príncipios na perspectiva de Shepard (2001).

- todos os alunos podem aprender,

- os conteúdos devem desafiar os alunos para a resolução de problemas utilizando processos complexos de pensamento,

- independentemente da diversidade dos alunos importa a igualdade de oportunidades para todos,

- todos os alunos são socializados nos discursos e nas práticas das áreas académicas,

- os alunos adoptam hábitos de reflexão e atitudes favoráveis ao desenvolvimento das aprendizagens

- os alunos exercem práticas democráticas numa comunidade responsável e empenhada.

Um currículo com este tipo de príncípios exige que a avaliação das aprendizagens seja sustentada em tarefas desafiadoras, demonstrando preocupação não só com os processos mas também com os produtos numa participação activa no processo de construção de conhecimento

Ref.Bibliográficas:
Alves, M. P. (2004). Currículo e avaliação: Uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora.

Shepard, L.(2001). The role ofclassroom assessment in teaching and learning. In V. Richardson (Ed.), Handbook of research on teaching (4 th Edition). American Educational Rechearch Association. New York: Macmillan.

Vilhena, T. (1999). Avaliar o extracurricular. Porto: