Nos últimos 30 anos, tem havido profundas alterações nos currículos de quase todos os países do mundo. A expansão dos regimes democráticos, a grande mobilidade de pessoas, de mercadorias e as novas tecnologias de informação e comunicação transformaram as sociedades modernas, tornando-se mais multiculturais, mais competitivas e mais exigentes, mas tornaram-se também mais instáveis, mais inseguras e mais imprevisíveis.
As políticas governamentais sentem necessidade de imprimir um ritmo reformista sobre as políticas educativas com necessidade de introduzir alterações curriculares, pautadas pela diversificação e flexibilização de percursos educativos e formativos, pelo alargamento da escolaridade obrigatória e pela formação ao longo da vida.
Perspectiva-se a necessidade de garantir que os sistemas educativos preparem jovens capazes de lidar com situações complexas e resolver problemas em diversos contextos sejam eles nacionais ou internacionais, em grupos cada vez mais multiculturais, comuniquem fluentemente na língua materna e numa língua estrangeira, saibam utilizar as novas tecnologias da informação seleccionando informação, aceitando as diferenças, sendo cidadãos críticos e participativos na vida democrática das sociedades.
Deste enquadramento surgem os currículos mais flexíveis onde a memorização de conhecimentos é ultrapassada pela diversidade e profundidade de conhecimentos para a execução de tarefas complexificadas emergindo a peocupação explícita com a integração, a relação exponencial entre conhecimentos e aprendizagens desenvolvidos em contextos de real significado para os alunos.
Em substituição do Currículo da Eficiência Social que fez uso dos princípios da gestão científica aplicado às escolas, por uma Visão Reformada do Currículo inspiradas nas teorias construtivistas, socioculturais e cognitivistas das aprendizagens, postulados em currículos diversificados destinados a grupos diferenciados de alunos em conteúdos de natureza mais utilitária, menos académica consubstanciado nos seguintes príncipios na perspectiva de Shepard (2001).
- todos os alunos podem aprender,
- os conteúdos devem desafiar os alunos para a resolução de problemas utilizando processos complexos de pensamento,
- independentemente da diversidade dos alunos importa a igualdade de oportunidades para todos,
- todos os alunos são socializados nos discursos e nas práticas das áreas académicas,
- os alunos adoptam hábitos de reflexão e atitudes favoráveis ao desenvolvimento das aprendizagens
- os alunos exercem práticas democráticas numa comunidade responsável e empenhada.
Um currículo com este tipo de príncípios exige que a avaliação das aprendizagens seja sustentada em tarefas desafiadoras, demonstrando preocupação não só com os processos mas também com os produtos numa participação activa no processo de construção de conhecimento
Ref.Bibliográficas:
Alves, M. P. (2004). Currículo e avaliação: Uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora.
Shepard, L.(2001). The role ofclassroom assessment in teaching and learning. In V. Richardson (Ed.), Handbook of research on teaching (4 th Edition). American Educational Rechearch Association. New York: Macmillan.
Vilhena, T. (1999). Avaliar o extracurricular. Porto: